A ideia de colocar larvas (vermes) numa ferida aberta como forma de cura pode parecer uma imagem nojenta e horripilante, mas a verdade é que neste último século, várias infecções crónicas estão a ser tratadas com sucesso através deste método invulgar e sinistro.
No entanto, esta descoberta, e subsequentemente, disseminação do uso de antibióticos rapidamente substituíram esta prática como escolha de tratamento por razões óbvias.Considerando o número crescente de pacientes que são resistentes aos antibióticos, podemos perceber a ideia da terapia com larvas.
O que é uma terapia com larvas?
Larvas – frequentemente originárias da mosca varejeira – são colocadas na ferida aberta para comerem os tecidos mortos. As secreções das larvas matam os germes limpando a ferida, incluindo as bactérias resistentes aos antibióticos. Além disso, o crescimento de novas bactérias é evitado e as células saudáveis da pele não são danificadas.
Como é feito o tratamento:
Há dois tipos de tratamento: no primeiro, as larvas simplesmente são colocadas na ferida. Cerca de 10 larvas são colocadas por centímetro quadrado da ferida. Hidrogel é colocado nas beiras da ferida aberta para evitar que as larvas saiam dali.
Uma rede ventilada é colocada sobre as larvas, que depois é cobertas com gaze e uma faixa.A outra tratamento é o chamado método “bio bag”. Neste, uma membrana porosa é colocada na ferida e coberta com gaze. Esta é a opção menos nojenta para os pacientes.
Em ambos os casos, os curativos devem ser trocados a cada três dias para que a larva possa ser retirada. Este processo é repetido até ser visível melhoras na ferida.Esta terapia é uma boa alternativa para pacientes em que os antibióticos não estão a ter o efeito desejado. Provavelmente será um tratamento bastante comum no futuro.